sexta-feira, outubro 25, 2013

A ÚLTIMA VEZ QUE TE VI

Por hoje
bastam-me os pedaços...
Nesse instante,
não tenho o menor interesse
em ouvir o que vem de dentro
do apartheid dos meus silêncios:
feio, bonito
bom ou mau,
nenhum adjetivo
meloso
aflitivo
afetivo;
nenhum grito defeituoso,
qualquer substantivo
que me deixe efusivo
ou fantasioso;
nenhuma palavra
que venha apaziguar
meu lado subversivo...
O que me deslumbra?
Na verdade,
já estou por demais satisfeito
com minhas penumbras...


Luciano Sobral

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