sexta-feira, maio 09, 2014

RIO DE ONDAS

E assim ávida,
a vida vai passando
de palavra em palavra,
sendo reescrita
de letra em letra
a cada redescoberta
e diante de tudo que disfarço
faço um relato imaturo:
nenhuma dor se esgota em mim,
sou abstrato;
e tudo que me faz sentir
o importante não é
o que vem trazido pelo vento,
muito menos o que vem de um tempo
distante,
talvez seja o invisível horizonte,
sacrifício que sacia,
como olhar para algo que desconheço;
assim, acho que mereço
olhar para trás e sorrir
para um rio que vai passando,
ou olhar para frente
e também sorrir
para aquele mesmo rio que já passou...


Luciano Fraga
  

2 comentários:

Zana Sampaio disse...

É Luciano... Acho que todos que passamos por esse rio merecemos... sorrir para as águas que passaram.

Saudade dos teus versos!

Ana Beatriz Frusca disse...

O amor e a vida são vícios intrínsecos. A dor, a saudade e as lembranças são consequências. Mas o que seria de nós sem uma dor, uma cicatriz, uma tristeza? O que seria o verso sem o reverso?